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Mostrando postagens com o rótulo Literatura

Do fim da eternidade ao fim da sociedade

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O que você faria se descobrisse que toda a realidade é controlada por uma organização não muito secreta? Calma! Não é teoria da conspiração. Na grande obra o Fim da ETERNIDADE, o autor, mestre da ficção científica, Isaac Asimov, cria uma organização chamada de eternidade cujo propósito é direcionar, controlar o rumo da história.  No livro há épocas que sabem da sua existência e outras não. Eles não podem interferir na história anterior a criação da organização (período que corresponde a nossa época atual e na obra é chamado de antiguidade). O enredo é surpreendente e o personagem principal chega a conclusão de que o livre desenvolvimento da humanidade só seria possível sem esse controle. Contudo o que vemos em nossa época é que, ao contrário da ótima ficção, a nossa negação da realidade eterna tem destruído a sociedade. Na verdade a ideia de que somos completamente independentes de nossos antepassados não é apenas uma rebeldia mas ela é a negação da nossa própria humani...

De 1984 a 2024

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Se há uma mão invisível regulando a economia, na política há uma mão muito visível, que a cada dia fica maior e mais poderosa. O Estado. Muito se tem falado das distopias atualmente, em parte com razão. Contudo de maneira um pouco incompleta na minha opinião. A mais famosa dessas distopias, sem dúvida é 1984, de George Orwell, em que mostra uma Londres controlada um governo totalitário que vigia tudo por meio da tecnologia, reescreve a história e impõe o um padrão de linguagem e escrita que não correspondem com a realidade.  Lendo essa descrição é provável que o leitor tenha ficado tentado a indentificar essas práticas no cenário brasileiro como fruto do atual governo. Mas respira fundo e pensa comigo. É verdade que há uma vigilância imensa, eu diria que é quase irrestrita. Mas pergunto: imposta pelo governo ou estabelecida em função do avanço tecnológico e apenas usada pelo governo daqui e do resto do mundo? Segundo, há uma manipulação da história, isso é verdade. Mas ...

Os anões da Terra Média são representações do homem moderno

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Nas histórias do Hobbit e do Senhor dos Anéis os anões são guerreiros cujo único objetivo é preservar suas minas e acumular cada vez mais riqueza. Na história do Hobbit Thorin Escudo de Carvalho empreende uma longa jornada para recuperar o tesouro de seus ancestrais que foi tomado pelo terrível dragão, nessa busca ele se torna ganancioso e fica tão cego quanto o próprio dragão por causa daquele tesouro que acaba permitindo um conflito que poderia ser evitado. Embora o conflito aconteça por outras razões e por forças acima do controle do anão as coisas acabam dando certo. Nós cristãos, incluindo o autor, chamamos de providência divina. Já na história do Senhor dos Anéis: a sociedade do anel, vemos que todo um clã morreu nas minas de Morian. Eles não quiseram abandonar sua riqueza e por isso sucumbiram ao mal que se escondia nas profundezas daquela mina. O homem moderno que só reconhece como valor os bens materiais sucumbe a maldade existencial que vive na profundidade de sua...

Queimando Alexandria

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 “Que Deus nos ajude a vencermos nossa tolice...” Encontre tudo que você procura - Livros, roupas, eletrônicos e muito mais Amazon - a loja de tudo Às vezes paro para refletir sobre algumas coisas e fico impressionado em ver como a Bíblia se aplica perfeitamente às mais diferentes situações e debates da atualidade. No segundo semestre de 2019 [não me lembro o mês específico] li o famoso livro Fahrenheit 451 , na mesma época ouvi pela primeira vez a música Alexandria, do cantor e compositor Tiago Iorc ; imediatamente relacionei as duas temáticas. A canção é uma clara reflexão sobre a alienação coletiva e desprezo pelo conhecimento, vejamos dois trechos, sendo o primeiro o refrão e o segundo uma das ultimas estrofes da excelente canção: Gente demais, com tempo demais, Falando demais, alto demais Vamos atrás de um pouco de paz [...]  A gente queima todo dia Mil bibliotecas de Alexandria A gente teima antes temia Já não sabe o que sabia No refrão quando o cantor fala de pe...

O Poço – Ideologia Insuficiente

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...o protagonista, mesmo no fundo POÇO ainda acredita no “POSSO mudar a realidade” ...nada de bom vem de homens egoístas, pois até o que tentamos fazer de bom não passa de atitudes egoístas que visam nossos próprios interesses (Isaías 64.6). No ano passado (2019) apresentei um trabalho no Encontro Nacional de Filosofia da Uninter (faculdade em que curso Filosofia) com o título “Ideologia Insuficiente” [1] ,  esse trabalho teve origem em uma resenha que publiquei na revista Percurso Acadêmico sobre o conto de Machado de Assis “ Igreja do Diabo ” sob o título “Direito do Diabo” [2] ; em ambos os textos basicamente defendo que uma ideologia, seja ela qual for, é insuficiente para explicar a realidade. Na obra do “imortal” [3] Machado de Assis o diabo comunica a Deus que fará sua própria igreja e seus ensinos serão totalmente contrários aos de Deus, bem como as praticas ensinadas serão todas contrárias aos costumes vigentes. Para a surpresa do diabo, em pouco tempo as pessoas voltara...