Sobre a liberdade
Sem dúvida C.S. Lewis é um dos grandes intelectuais do século XX, talvez o mais relevante dentro do pensamento cristão. Ao ler a citação acima presente em sua autobiografia "Surpreendido pela alegria" fico a pensar se realmente entendemos o que é a liberdade.
Será que a liberdade é a ausência de limites como apresentado atualmente? Será que seguir um código moral, em especial aos princípios bíblicos é negar a liberdade?
O que as pessoas não percebem é o fato de que nenhum ser humano pode realmente ser livre. Pensar com a própria cabeça é a grande mentira que nos contam desde a nossa infância. G.K. Chesterton, em seu clássico livro "Ortodoxia" afirma que o problema não é deixarmos de crer em Deus, mas sim as crenças que colocamos no lugar. Sendo assim, quando não nos submetemos ao nosso Criador somos na verdade escravizados, seja por ideologias, por ambições e pelos nossos próprios desejos e vaidades.
"Vós o incitais a que se deleite nos vossos louvores, porque nos criastes para Vós e o nosso coração vive inquieto, enquanto não repousa em Vós." ("Confissões" de Santo Agostinho)
Quando Lewis diz que a dureza de Deus é melhor que a suavidade dos homens, podemos entender que a verdade de Deus, sua correção é muito mais edificante que as mentiras bonitas que os homens contam. Como está registrado no livro de Provérbios 10.22 "A bênção do Senhor é que enriquece, e ele não acrescenta dores". Bem como quando afirma que a coerção de Deus é nossa libertação, está fazendo menção ao fato de que ao nos submetermos a Deus somos libertos da nossa escravidão de nós mesmos.
Nós seres humanos fomos feitos para nos submetermos a Deus, assim como toda criação tem como objetivo exaltar a seu criador, quanto mais nós, cujo nosso Criador é o Deus soberano do universo. Quando não cumprimos esse objetivo não somos livres pois não estamos vivendo o sentido da nossa existência.
Talvez o caro leitor possa entender que seria uma tirania da parte de Deus; contudo esse pensamento possui pressupostos equivocados, sendo essa a percepção comum na sociedade. Ora, Deus não impõe a sua autoridade, nem obriga ninguém a obedecê-lo, apenas se dispõe a ser nosso Senhor, sendo que para isso se entregou completamente na cruz do calvário. Se isso é uma tirania, não sei o que é amor! Portanto a servidão ao Deus bíblico, uma vida pautada nos princípios das Sagradas Escrituras é sem dúvida a maior e mais perfeita expressão de liberdade que se possa ver nesse mundo.
Sendo assim a verdadeira liberdade não é fazermos o que desejarmos, mas sermos capazes de compreender nossos desejos e dominarmos cada um deles. Para tanto é preciso vivermos de maneira a nos educarmos constantemente para a liberdade em Cristo Jesus, através da oração, da leitura da bíblia e dos estudos que forjarão nosso caráter, intelecto e emoções para fazermos boas escolhas, podendo assim vencermos nossos vícios existenciais, nos tornando vasos de honra para nosso Criador em tudo que fazemos, seja profissionalmente, em família ou mesmo em nossos momentos de lazer.
"Não repreenda o zombador, caso contrário ele o odiará; repreenda o sábio, e ele o amará. Instrua o homem sábio, e ele será ainda mais sábio; ensine o homem justo, e ele aumentará o seu saber. O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é entendimento." (Provérbios 9.8-10).
Que Deus permita que tenhamos a mesma experiência de Lewis e de Paulo, tendo na coerção de Deus, o Pai amoroso, a nossa perfeita liberdade.
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