Os deuses devem estar loucos: Metaverso e as igrejas online


Em 1980 era lançado o filme "Os deuses devem estar loucos", nele o personagem principal encontra uma garrafa de coca cola vazia e leva o artefato para sua tribo. Aquele estranho objeto causa inúmeras discórdias entre os membros da tribo.

Entendendo que aquele objeto pertencia aos deuses, o personagem sai em uma inusitada aventura, extrapolando o território conhecido para devolver o objeto aos deuses e restaurar o equilíbrio em sua terra natal.

Aparentemente isso vem acontecendo no meio evangélico diante do mundo digital. Aqueles cristãos, que como eu, viveram o início das redes sociais viram a aversão de vários líderes em relação ao Orkut e depois ao Facebook, bem parecido com o que aconteceu décadas antes com a televisão. Contudo, ao contrário do filme, a tecnologia é atribuída ao diabo...

Infelizmente a dificuldade de lidar com aquilo que é novo e desconhecido é uma característica humana, especiaente entre pessoas dominadas por uma percepção sobrenatural ou ideológica da realidade. E aqui não faço nenhuma diferença entre a ideologia e a visão sobrenatural da realidade.

Pois bem, quando saiu a notícia de que a Igreja Batista da Lagoinha criou o templo virtual no Metaverso, os tribais de plantão ficaram eufóricos, dizendo que era um absurdo e que isso iria interferir na comunhão dos irmãos. Exatamente a mesma postura do filme, uma tribo que não sabe o que é, nem o que fazer com a garrafa vazia e clama para que ela seja devolvida aos deuses... 

Obviamente que exageros já começaram a acontecer, uma igreja americana já realizou batismo de avatares no Metaverso e até ordenação de pastores. Claro que isso é absurdo, não podemos aceitar que o avatar virtual seja o próprio indivíduo. Entretanto qual a diferença de assistir um culto no Metaverso usando um óculos de realidade aumentada e assistir a transmissão ao vivo pelo YouTube? Nenhuma!

Na verdade assim como a garrafa vazia, a internet não é má ou boa em si mesma, depende de como a utilizamos. No filme a garrafa chega a ser usada para agredir e isso reforça a falsa percepção de que aquele objeto era nocivo. Ora o mal uso da internet e de suas ferramentas, bem como as críticas impensadas, não devem impedir que usemos toda a tecnologia a nossa disposição de maneira útil.

Portanto, não é demonizando as tecnologias que vamos evitar erros nas igrejas. É com bom estudo e ensino que vamos transitar pela modernidade de maneira a glorificar ao nosso Senhor e mostrar a todos o Reino de Deus.

Por fim devemos entender que a internet é uma vitrine, sendo assim o uso das redes sociais é uma forma de divulgar o trabalho das igrejas, uma forma de marketing. 

Assim se o ensino e vida daquela igreja é condizente com a Palavra de Deus não há problema nenhum em usar a tecnologia para divulgar, contudo aquelas instituições que já estão corrompidas irão usar as ferramentas para divulgar suas mentiras. 


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