Sobre o prazer e o dinheiro

 

“...a ignorância é sempre mais sedutora que a sabedoria.”

 

Vivemos em uma sociedade que há muito valoriza os prazeres e o lucro, contudo não percebe que tudo isso é sem dúvida uma ilusão, uma mentira. Ora, se o objetivo da vida é ter prazer e ganhos, ou mesmo prazer nos ganhos, necessariamente essa vida será uma continua frustração.

Como nos ensinou Olavo de Carvalho, o prazer e o lucro são uma ilusão, pois é impossível que se tenha apenas prazer e ganhos o tempo todo. Seja qual for a atividade, profissão, empreendimento ou relacionamento, sempre haverá prejuízos e dissabores, a vida é marcada por dificuldades, perdas, problemas e dor. Mesmo as pessoas que seguem a própria vocação vão experimentar dores, dificuldades e prejuízos. Como disse o cantor brasileiro: “quem espera que a vida seja feita de ilusão pode até ficar maluco ou morrer na solidão.” Nesse sentido vocação não tem nenhuma relação com o que gostamos ou com o que podemos ganhar.

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Mas a questão é: por que ainda vivemos buscando o prazer e o lucro? A resposta é simples e a encontramos na vida de vários homens do passado como Sócrates, Thomas More e principalmente de Jesus Cristo. Tais homens lutaram para conduzir as pessoas à verdade, ao que é bom e belo, mas foram miseravelmente rejeitados, as pessoas optaram por continuar vivendo suas tolices, pois na verdade a ignorância é sempre mais sedutora que a sabedoria.

Certamente o compromisso com a verdade, com o que é certo, bom e belo, sempre nos trará dificuldades, sendo que essa responsabilidade sempre será mais penosa que a vida dissoluta e descompromissada. O objetivo da vida não deve ser buscar as coisas ilusórias e passageiras, que aqui colocamos como dinheiro, no sentido amplo de ganhos pessoais, sejam financeiros ou não; e o prazer, que é a satisfação egoísta dos próprios desejos.

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Percebam que Sócrates tentou mostrar a verdade, provando que as pessoas que se diziam sábias na realidade não sabiam o que pensavam saber, isso feriu o ego delas que preferiram condená-lo a morte a reconhecer a verdade. Da mesma forma Thomas More foi contra a nomeação do Rei Henrique VIII com chefe da igreja para poder se divorciar e casar novamente, dizendo que isso era contra os princípios universais e contra o próprio Deus, o Rei optou por prendê-lo e por fim condená-lo a morte e continuar vivendo segundo seus interesses. Por fim nosso Senhor Jesus Cristo, sendo Ele mesmo a VERDADE, o LOGOS encarnado, proclamou a Salvação eterna, mostrou o caminho para Deus, entretanto seus contemporâneos clamaram por sua crucificação e pela soltura de Barrabás.

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Assim, nós vivemos até hoje, clamamos pelos prazeres e ganhos ilusórios que tanto seduzem e dão prazer momentâneo e por isso são mais agradáveis a vista. Mas desprezamos a verdade, a saberia que obviamente dá mais trabalho, mas nos leva a vida eterna. Exatamente por isso que o apóstolo Paulo nos alerta que o amor ao dinheiro é o princípio de todos os males (I Timóteo 6.10), perceba que não há problema em ter alguma coisa, mas amar as coisas passageiras não só nos faz mal, como também nos leva a fazer o mal, pois onde estiver o nosso coração estará ali o nosso tesouro (Mateus 6.21).

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